Belo dia
Sheiloca acorda e iniciando os
preparativos do dia , a tríade mamadeira- fralda- café, nota um cheirinho
estranho na cozinha. Aliás, cheirinho estranho é pouco, um budum mesmo, stinken em alemão, stink em inglês
ou em bom português, fedor dos bravos. Aí que quando meu
narizinho, que não é dos melhores para tratos olfativos, acusa com tamanha eminência um cheiro, é
porque já empestiou a casa inteira. Saí literalmente a caça do mau cheiro.
Depois de muitas fungadas em cantos improváveis, finalmente noto que a
origem da catinga vem da geladeira. Meine Gott! Fazer o que né, bora limpar geladeira. Daí que limpar
geladeira é aquela coisa legal para se fazer as 7 e meia da manha, só que não.
E tira os comes, bebes e afins para fora, e limpa, e passa pano, e desliga e
tira água, e passa produto, e limpa embalagens, e reune a galera e coloca tudo
de volta.
Pronto.
Missão comprida.
Eu escrevi COMPRIDA. Não acabada, nem muito
menos cumprida. Porque o cheirinho continuava lá, enauseando o ambiente. E daí
que Sheila resolve, já que havia começado, declarar guerra ao budum. Coloquei a
roupintcha de rambo brasileira e saí atirando sem ao menos saber para onde. E
limpei chão, e teto, e parede, e olhei fralda do Antônio (vai que era ele),
banheiro e depois, banho em todo mundo. Sentia o fedorzinho dentro de mim.
Bem, aí que depois de tudo, da manhã inteira
na batalha, ele continuava em pé. Sim, meus amigos, o fedorume continuava. Aí
joguei a toalha. DESISTI. Mesmo. Não vou dizer que o cheirinho ( vou chama-lo
assim a partir de agora, já que o estava considerando parte da familia), não incomodava,
mas estava resignada. Havia perdido a batalha contra o budum misterioso.
E aí que passaram-se as horas, e foi outro
dia, e esse dia passou também e depois do dia, claro que vem a noite né. Mas não
era uma noite qualquer. Era a noite do queijo e salame da familia trapo!
Aqui na Alemanha, como em toda Europa, não faltam produtos de delicatessen.
É tanto salame, copa, queijos variados, (eu adoro os queijos moles), patês e
creem cheeses que resolvemos, uma vez por semana, em vez de jantar, fazer nos
esse agradinho. Bem, daí que arrumando a mesa, abro os pacotes de comilança e...
PIMBA, ou no caso Voilá. Finalmente encontrei, de topada por sinal, a origem do budum, ops, do cheirinho:
CAMEMBERT "LE RUSTIQUE". DIE STINKY
O culpado era o maravilhoso
camembert francês . Embalagem linda, gosto
apurado, molinho por dentro, crosta de fungos Camembertii Penicillium branquinhos e cheiro de tênis
sujo depois de uma maratona olimpica. Agora, carinhosamente apelidado por nós de DIE STINKY .
Quem vê cara, não vê coração...literalmente Frauzita!
ResponderExcluirNem sente o cheiro...
ExcluirEu passo mal com o cheiro desse queijo que o meu marido adora. A solução é guardar em uma vasilha plastica bem fechada e sair de perto quando abre. Ou não comer mais o maldito. Aliás, Abendbrot é todo dia aqui. A exceção é fazer janta.
ResponderExcluirDepois da lavada que levei do dito cujo,agora só entra os fedidos (que adoro) na tupper. Nós fazemos janta ainda, Arlete, porque o Herr almoça no instituto, então durante a semana, o jantar é a nossa refeição em familia.Mas trocaria fácil, fácil pelo Abendbront...
ExcluirOps,Abendbrot.
ExcluirAté a revelação do culpado, fiquei imaginando o que poderia ser... hehehe. Mas esse queijo compensa o mau cheiro. Ainda mais quando combinado com torradas, vinho e salame. Beijocas para a família.
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